Perspectiva Decolonial – A nova Coluna do Portal Jurídico Magis

Perspectiva Decolonial – A nova Coluna do Portal Jurídico Magis

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Com a criação do Portal Jurídico Magis pela AGEJ – Associação Guimarães de Estudos Jurídicos, o portal está consolidando um time de colunistas que se prestam a analisar questões jurídicas e adjacentes, que tenham relevância acadêmica e social. O filósofo, Thiago Teixeira Santos passa a assinar uma coluna mensal denominada “Perspectiva Decolonial”, no Portal Jurídico Magis, a partir do dia 13 de dezembro.

Thiago Teixeira é Doutor em Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Mestre em Filosofia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia -FAJE. Bacharel-licenciado em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Teologia Dom João Resende Costa – PUC Minas. Professor do Departamento de Filosofia da PUC Minas, Professor da Plataforma Feminismos Plurais e Professor do IEC Pós- Graduação Latu Senso da PUC Minas. Membro do Grupo de Pesquisa Ética, conhecimento e política PUC Minas, vinculado ao CNPQ (dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/1172558944769215). Autor dos livros: Decolonizar valores: ética e diferença e lnflexões éticas. Atua como Colunista no Magis Portal Jurídico. Faz parte do Conselho Editorial do Magazine Magis Portal Jurídico. As suas produções e pesquisas se concentram nas discussões éticas contemporâneas e versam sobre as perspectivas antirracistas, decoloniais, contrárias às assimetrias de gênero e de sexualidade. E-mail: thiagoteixeiraf@gmail.com. 

O filósofo destaca que:

O egocentrismo e a precarização das múltiplas existências negras são as bases do que nós compreendemos como “espelho colonial”. Essas bases sustentam uma composição destrutiva, uma vez que esse artefato reflete ódio.

Estamos constantemente diante das imagens refletivas por esse espelho, uma vez que nos enxergamos pelas lentes forjadas para identificar o que é belo, possível, reconhecível e desejável – no contexto da elevação moral, não da exotificação. Assim, o espelho colonial é fabricado no ódio.

A presença negra, diante desse espelho, é desautorizada. O propósito dele é difundir cada vez mais a certeza de que o reflexo legítimo é branco, masculino, ciseterossexual e localizado entre os lugares econômicos e territoriais privilegiados. O ódio implementado pelas imagens publicizadas por esse espelho compõe as relações entre as pessoas; e mais, faz com que nós cresçamos nutrindo auto-ódio.

O espelho colonial cria e reforça noções de subjetividade que nos retiram da cena. Assim, o seu objetivo, é destruir a autoestima e a potencialidade, a fim de que não sobre nenhuma imagem afirmativa nossa. Se nós não nos percebemos como belas, belos, potentes, inteligentes e detentoras/es de um vasto cabedal cultural, seremos docilizados e destruídos.1 

A criação da coluna “Perspectiva Decolonial” é um reflexo dos novos tempos, nos quais faz-se necessário (re)pensar o direito e temas adjacentes para além do mero estado da arte, realizando críticas e prospecções de modo a aventar novos rumos, interlocuções e correntes de pensamento que privilegiem, sobretudo, os direitos fundamentais da pessoa humana.

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Equipe Magis

 

Referências

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1. SANTOS, Thiago Teixeira. Decolonizar Valores: Ética e Diferença. Editora Devires. 2021, p. 55-56.

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