A utilização de ferramentas digitais altera comportamentos, amplia e banaliza o uso de determinada tecnologia, impondo mudanças no comportamento individual e do grupo social. Partindo do pressuposto que o conhecimento na sociedade atual está dividido em: oral, escrito e digital fica evidente que diferentes comportamentos influenciam o modo de aprendizagem.
A forma é a mais antiga de expressão é a do conhecimento e a fala permitiu a transmissão de informações, definindo a cultura e delimitando o mundo à sua volta. A linguagem oral é a principal forma de comunicação. Por outro lado, o uso da linguagem escrita surge quando os homens passam a ocupar determinados espaços. Contrariando as sociedades orais que era predominante a memorização na sociedade escrita era necessária a compreensão graficamente daquilo que estava sendo falado. A linguagem digital se articula com as tecnologias eletrônicas de comunicação e informação, essa tecnologia rompe com as formas narrativas circulares e repetidas da oralidade e se apresenta como “descontínuo, fragmentado e, ao mesmo tempo, dinâmico, aberto e veloz”. (KENSKI, 2007, p.32).
Inovações tecnológicas podem ser compreendida uma combinação que utiliza o desenvolvimento de novas tecnologias como possibilidade de crescimento que geram resultado econômico, ou seja, podem ser entendidas como aperfeiçoamentos contínuos e graduais que envolve a integração de funções tais como: a busca pela coordenação, mobilização e integração dos recursos com atores internos com os atores externos (ECHALAR; LIMA; OLIVEIRA, 2020; FUCK; VILHA, 2012).
Essas novas tecnologias permitem que professores se renovem e reinventem seu papel diante dos novos desafios, consolidando uma nova forma de ensinar. Nessa nova versão de ensino o trabalho em equipe ganha força, passa a valorizar a interdisciplinaridade e autonomia, ao passo que estimula o protagonismo dos estudantes, favorecendo o aprendizado, as relações interpessoais, aquisição de habilidades de comunicação e desenvolve a responsabilidade social do estudante.
Nesse contexto, a combinação de recursos tecnológicos e ferramentas tecno- pedagógicas permite a integração da aprendizagem presencial com experiências online. Essa aprendizagem combinada permite uma transformação crítica do processo de ensino, que desloca o ensino centrado no professor para o modelo em que o aluno assume um papel ativo no processo de aprendizagem. No espaço virtual, o aluno tem a possibilidade de revisar conceitos para reconstruir seus conhecimentos e socializar sua aprendizagem (HERNÁNDEZ; RODRÍGUEZ, 2020).
A Internet é uma tecnologia que pode facilitar a motivação dos alunos em decorrência das diversas possibilidades disponíveis na rede, e melhorar o aprendizado dos alunos se o professor proporcionar confiança, e técnica quando utilizar essa ferramenta para estabelecer relações de equilíbrio, competência e simpatia. A Internet não modifica, sozinha, o processo de ensinar e aprender, entretanto, exerce influência nas atitudes básica pessoal e institucional diante da vida, do mundo, de si mesmo e do outro (MORAN, 2007; MORAN, 1997, p. 4).
Nas escolas, crianças e adolescentes cometem infrações caracterizadas por agressões verbais, físicas, pichações, bullings, e furtos, sem justificativa para tais ações ou comportamentos que despertam o interesse em compreender o fenômeno da violência, daqueles que se dedicam à esfera educacional, um olhar mais atento e observador, quanto aos comportamentos estudantis, suas manifestações e consequências no cotidiano escolar. O indivíduo que possui comportamentos agressivos na escola, muitas vezes sofre ou presencia atos de violência, pois geralmente está cercado por instrumentos e situações que remetem à violência (SOUZA, 2008, p. 127).
A falta de afeto e de valores está relacionada com a frequente ausência dos pais, que deixam seus filhos com irmãos mais velhos ou babás, o que reduz cada vez mais o tempo de convívio familiar entre pais e filhos. Essa mudança nas relações familiares tem várias implicações, na vida dos adolescentes que estão cada vez mais isolados tendo como companhia a internet (SOUZA, 2008, p. 127).
Essa companhia pode se tornar perigosa quando se tem a sensação de poder em decorrência do anonimato, falsa sensação de que tudo é permitido, a exemplo o discurso de ódio nas mídias sociais, violência recorrente entre os adolescentes (ANDRADE; PISCHETOLA, 2016). Tal fenômeno perpassa e inclui o ambiente escolar de maneira crescente e preocupante, o que nos impulsiona a entendê-lo de maneira mais cautelosa.
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Referências
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ANDRADE, M.; PISCHETOLA, M. O discurso de ódio nas mídias sociais: a diferença como letramento midiático e informacional na aprendizagem. Revista e-Curriculum, v. 14, n. 4, p. 1377-1394, out./dez., 2016.
ECHALAR, J. D.; LIMA, D C. B. P.; OLIVEIRA, J. F. Plano nacional de educação 2014 – 2024 o uso da inovação como subsídio estratégico para educação superior. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 28, n. 109, p. 863-884, out./dez. 2020.
HERNÁNDEZ, Y. L. R.; RODRÍGUEZ, L. M. M. Tecnologías de la información y las comunicaciones apoyando la educación en tiempos de COVID-19. Revista Edumecentro. v. 13, n. 1, p. 167-183, 2020.
MORAN, J. M. Como utilizar a internet na educação. Ciência da informação, Brasília, v. 26, n. 2, p.1-8, maio/ago. 1997.
MORAN, J. M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 2. ed. Papirus Eduação:Campinas, SP, 2007.
KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 2. ed. Campinas: Papirus, 2007.
PADILHA, A. S. C. O uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no contexto da aprendizagem significativa para o ensino de ciências. 2014. Dissertação (Mestrado em Formação científica, educacional e tecnológica) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2014.
SILVA, J. G. S. L. As novas tecnologias digitais: o uso pedagógico e as concepções docentes. 2020, Anais […] VI Congresso Nacional de Educação Conedu […] Maceió. 2020.
SOUZA, M. R. Violência nas escolas: causas e consequências. Caderno Discente do Instituto Superior de Educação, Aparecida de Goiânia, ano 2, n. 2, 2008.