A segunda fase do XXXV Exame de Ordem se aproxima. Há menos de 30 dias para a realização do certame, muitos se questionam se é possível conseguir a aprovação em pouco tempo de estudo. Do meu ponto de vista, como a maioria nas coisas do Direito, a resposta para esse questionamento é: DEPENDE!
Primeiramente, cabe ao examinando fazer um exame de consciência, com o fito de verificar suas prioridades e necessidades nesse momento. A aprovação é um fator relevante agora? Estou disposto a abdicar de algumas atividades para me dedicar mais aos estudos? Meu conhecimento prévio está em que nível? Caso eu decida estudar, qual estratégia pretendo adotar? Perguntas como essas devem ser avaliadas para formação de um contexto que pode ensejar à aprovação.
Digo pode, porque a aprovação na Ordem dos Advogados do Brasil (“OAB”) não é uma premissa em que só os estudos são suficientes para a aprovação. Há fatores externos, como ansiedade, nervosismo, problemas pessoais e familiares, que podem influenciar no momento de realização da prova.
De todo modo, compreende-se que um nível de conhecimento razoável e uma dedicação ampla ao longo desses quase 30 dias geram grandes chances de aprovação, ressalvados os fatores externos, como dito anteriormente.
Em outras palavras, a aprovação depende de uma mudança significativa de pensamento e adaptação de atitudes. A partir do momento em que se almeja a aprovação, a mudança de ações se torna o fator mais relevante para que isso de fato ocorra.
Lembre-se que metade do percurso para obtenção da Carteira de Advogado já foi trilhado, a aprovação na primeira fase do Exame já se concretizou, então, reflita se há um justo motivo para desistir.
Caso decida persistir, tenha em mente que a prova possui o total de 10 (dez) pontos, porém, aprovação, basta obter 60% (sessenta por cento) de acertos na prova, ou seja, 06 (seis pontos). Para um período de preparação mais curto é importante abaixar os níveis de comparação com os colegas, abaixar as metas, e recordar que a Carteira de Advogado não possui a nota de aprovação no certame. Para a OAB, a nota conquistada pelo examinando não interfere no modo em que cada um atuará profissionalmente. Não fará diferença obter 10 (dez) pontos ou 06 (seis). Por isso, se esforce para obter o mínimo e não se envergonhe disso. Cada um tem uma realidade e uma motivação para não ter se dedicado em tempo hábil.
Após as decisões e respectivas mudanças de mentalidade, a sugestão é de que seja realizado um mapeamento, com o fito de verificar quais pontos precisam de melhoria. O foco, nesse momento, deve ser esse. Faça duas ou três provas antigas da OAB, verifique os pontos de insucesso e dificuldade. Posteriormente, busque materiais sobre o assunto para fixar conhecimento. Passado isso, retome a realização de peças prático-profissionais.
Recordo que as peças práticas possuem condão eliminatório, caso a identificação seja feita de forma equivocada. Por essa razão, sempre sugiro que o foco maior seja nesse ponto. Apenas após adquirir segurança na identificação das peças, passe à realização das questões dissertativas. Se achar necessário, compre um curso completo voltado ao Exame, mas esteja ciente de que a carga horária não será contemplada na totalidade, em razão do curto espaço de tempo entre a data atual e a data prevista para a realização da prova.
Outra recomendação relevante se refere a compra de um Vade Mecum completo e atualizado, com remissões relevantes e com maiores incidências em provas anteriores. O índice remissivo, acompanhado de boas marcações será extremamente importante durante o certame. Por isso, acostume-se a usá-lo.
Dito isso, lembre-se que indiferente do método de estudos escolhido por você, o estudo em um período mais curto exige mais determinação, dedicação e foco. Elimine o que for necessário nesse período para conseguir algum tempo a mais de treino. Como diz o ditado: treino difícil, jogo fácil. Aproveite o momento para errar, consertar os equívocos e conquistar a aprovação.
____________________