Em atividade realizada em sala de aula, as docentes responsáveis pela condução da turma desafiaram os alunos a responder (ou dissertar) sobre os pequenos e doces recadinhos inseridos nos bombons. A partir daquele momento, cada aluno receberia uma unidade para compartilhar com os colegas o seu dizer relacionado à Metodologia da Pesquisa Jurídica (MPJ). Em forma de resposta ou reflexão, o propósito era que a “tirinha” aguçasse – ainda mais – o ímpeto dos pesquisadores.
De início, pretendia-se desmistificar alguns dos estigmas carregados pela MPJ, principalmente porque a metodologia, por si só, já possui o rótulo de ser uma disciplina não atrativa, tampouco dinâmica. Mais difícil ainda, é trazê-la ao meio jurídico, demonstrando que esta ainda pode ter elementos próprios, com métodos e procedimentos particulares.1
Em 30 unidades de chocolates, algum dos recadinhos tinham por descrição o seguinte conteúdo: “Realizar pesquisa que contribua para a sociedade.”; “Afastar-se de opiniões e focar na ciência.”; “O problema precisa ser científico e estar acompanhado de hipóteses.”; etc. Em síntese: o pano de fundo das frases era externar medos, angústias e todos os sentimentos que àqueles pesquisadores iniciantes carregavam.
Tímidos no início, os alunos logo perceberam que a metodologia da pesquisa jurídica é (realmente!) sem mistérios2 quando realizaram as primeiras participações na dinâmica. A atividade que envolveu chocolate não apenas adoçaria aquele dia, mas serviria, dali para frente, como divisor de água para a turma quando o assunto é método de pesquisa – jurídica.
Algumas frases menores, outra maiores, mas todas oportunizaram a interação entre os alunos e as Professores, e a cada nova participação, uma ótica de vida (de pesquisador) foi descoberta. Receios, ímpetos, mas sobretudo vontade de pesquisar um bom tema, metodologicamente questionado, com a finalidade de encontrar resposta jurídica – científica – e contribuitiva à sociedade, de forma confirmar que, quando se pesquisa o que gosta, não há o que temer.
Em tempos de Inteligência Artificial, onde o conhecimento é alterado e o raciocínio é posto à prova dado a facilidade de manuseio eletrônico, refletir entre a realidade que se esta inserido através de um desafio proposto por meio de um papelzinho, é validar não só a ciência, mas a busca incessante por novas respostas, respostas estas, apenas possíveis se conjugados com métodos previamente escolhidos e apontados.
Referências
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1. Conforme ensinam Fincato e Alves em obra específica. (FINCATO, Denise Pires; ALVES, Andressa Munaro. Pesquisa Jurídica (é realmente!) sem Mistérios: do Projeto de Pesquisa à Banca. 4. ed. Porto Alegre: LexMagister Editora, 2023.).
2. Assim como Fincato e Alves dissertam na obra, vide: FINCATO, Denise Pires; ALVES, Andressa Munaro. Pesquisa Jurídica (é realmente!) sem Mistérios: do Projeto de Pesquisa à Banca. 4. ed. Porto Alegre: LexMagister Editora, 2023.