O Bioterrorismo se constitui na utilização de “agentes biológicos” (também chamados de “armas químicas”) para atingir uma população dentro ou fora do contexto de guerra. Na Idade Média alguns exércitos lançavam cadáveres contaminados em fontes de água ou por cima de muralhas de cidades com a finalidade de disseminar vírus, como o da varíola.
Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) também foram utilizados gases tóxicos e lança-chamas. Na Guerra do Vietnã (1965-1975) o exército americano lançou herbicidas e o “napalm” (chamado na época de “agente laranja”), na tentativa de “abrir” a visibilidade da área de combate na selva e destruir inimigos. O ditador iraquiano Saddan Husseim utilizou gás sarin e mostarda na Operação Al Anfal (1988) contra os curdos em um dos maiores genocídios da espécie. Mais recentemente, o governo de Bashar Al-Assad (apoiado pela Rússia), lançou gás sarin contra seus oponentes na Guerra Civil da Síria (2013). Estes são apenas alguns dos exemplos do uso desse tipo de ataque.
Dentre as principais preocupações com o uso de tais agentes, se destacam:
Invisibilidade do produto: Muitos dos agentes desenvolvidos são invisíveis aos olhos humanos. Assim o tempo de reação ao ataque pode demorar mais do que no uso de armas convencionais.
Expansão dos efeitos: Estes produtos podem se espalhar de forma rápida no ar, solo, subsolo e fontes de água. Alguns agentes são muito potentes como o “Agente XV”, o qual envolve a mistura de pesticidas e basta uma gota para tirar a vida de uma pessoa.
Dificuldade de fiscalização: Há suspeitas de que nem todos os países que produzem armas químicas declaram de forma verídica a quantidade e localização de suas fábricas. Outros países podem estar produzindo em segredo. Ademais, armas químicas podem ser produzidas a partir de substâncias legais utilizadas na agricultura (pesticidas). Assim, o acesso e os custos não são elevados, podendo ser produzidos por grupos terroristas e paramilitares.
Falta de cooperação: Existe um clima de desconfiança entre os países, mesmo no que se refere a aqueles que afirmam que estão destruindo seus estoques de armas químicas. O fato é que ninguém parece querer abrir mão por completo de seu estoque com o receio de que um potencial inimigo ou potência não faça o mesmo.
Acidentes químicos: Mesmo em período de paz podem acontecer acidentes nas fábricas ou locais de depósito, gerando danos coletivos.
Na tentativa de banir tais agentes, existe a OPAQ (Organização para a Proibição de Armas Químicas). A OPAQ tenta colocar em prática o disciplinado em 1993 pela CPAQ (Convenção para a Proibição de Armas Químicas).
Referências
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Para saber mais do assunto recomenda-se a leitura: BRASIL. Convenção Para a Proibição de Armas Químicas ratificada pelo Congresso Nacional do Brasil. 1999. Disponível em: https://bit.ly/3GMfbsy. Acesso em: 25 nov. 2022.