Licenciamento de marcas no mundo real (Parte 3)

Licenciamento de marcas no mundo real (Parte 3)

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Hora de retomar nosso encontro mensal! Animado em seguir falando do fascinante mundo do licenciamento de marcas. Recapitulando as primeiras partes já tratadas por aqui, introduzi o tema com algumas possibilidades para ganhar dinheiro com uma marca, seguindo com um caso específico: a disputa pela marca do Clube Náutico Capibaribe. O caso ainda segue sem resolução e será objeto de menção oportuna nesta coluna.

Venho repetidamente mencionando aqui que o universo do licenciamento está aberto para as mais renomadas empresas e aos empreendedores de primeira viagem. Todos estão aptos a negociar a aparição de personagens famosos, escudos de clubes de futebol ou quaisquer apresentações visuais interessantes em seus produtos ou serviços.

Pegando carona nessa ideia, a coluna deste mês apresentará um número interessante sobre o dinheiro movimentado com o licenciamento de produtos, além de uma forma específica de licenciamento, que vem ganhando cada vez mais espaço: a collab.

Sem mais demora, o número impactante que prendeu a atenção deste colunista: US$ 300 bilhões. Sim, esse é o valor aproximado investido em produtos do chamado universo geek. A palavra geek é uma gíria criada para classificar pessoas não convencionais. Em outras palavras, a subcultura geek se caracteriza como um estilo de vida, permeado por interesses em tecnologia e eletrônica. A concentração do interesse geralmente está baseada em filmes de ficção científica, jogos eletrônicos, jogos de tabuleiro, animes e séries.

Esta breve introdução foi feita porque o foco está no consumo de produtos relacionados aos interesses dos chamados geeks. O ânimo em consumir vai além dos ingressos para o cinema ou o pagamento mensal de plataformas de streaming. O dinheiro pode ser investido em bonecos colecionáveis, roupas, acessórios, jogos de videogame, mangás e outros.

A paixão por um personagem movimenta montanhas para encontrar a melhor versão de um colecionável físico ou um NFT (token não fungível – é um tipo especial de token criptográfico que representa algo único).

O número impressionante de aproximadamente US$ 300 bilhões no mundo deveria ser interpretado pelos empreendedores como uma ótima oportunidade de associar suas marcas a esse universo.

No Brasil, estima-se um consumo de R$ 21,5 bilhões no ano passado, representando uma crescente em relação aos anos anteriores. Ainda que seja um montante interessante, não parece a este colunista que a exploração desse mercado tenha atingido o seu ápice.

Trazendo a ideia a uma prática real, uma forma de explorar o mercado geek usando a força da marca de terceiros é a collab. As collabs são parcerias entre empresas, pessoas ou entre empresas e pessoas, para criação de produtos em conjunto a fim de alcançar novos públicos. A ideia aqui é gerar a intersecção entre públicos, potencializando o alcance dos produtos e auferindo a maior porcentagem de lucro no menor período possível.

Um exemplo de sucesso é o da empresa Piticas. A conhecida marca de camisetas e outros produtos geek vem se posicionando de forma estratégica no mercado. Diversas collabs de sucesso com produtos da Riot Games, One Piece, Marvel, Harry Potter potencializaram o alcance da marca. Nesse universo tão poderoso, a Piticas se juntou à Disney no lançamento de produtos da nova série Star Wars, baseada no personagem Obi Wan Kenobi. A coleção é composta por camisetas, calças, mochilas, moletons, bolsas, camisas, shorts, chaveiros, kit de pins e meias.

O poder de marketing das marcas envolvidas em uma collab, aliadas ao preço minuciosamente calculado para o público-alvo vem se provando uma ótima fonte de renda para as empresas.

Por trás de toda essa estratégia, existe um elemento em comum, indispensável ao sucesso: a marca. Novamente, o licenciamento usado de forma estratégica, se mostra uma ferramenta poderosa.

Seguindo os capítulos desta saga, retomaremos os próximos encontros desta coluna no campo do licenciamento de marca. Nos vemos em breve.

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Adriano Palaoro Mesquita Carneiro

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