O Poder de Convencimento na Prática – Filme “Fome de Poder”

O Poder de Convencimento na Prática – Filme “Fome de Poder”

McDonald's-Svedala

A cena de negociação entre Ray Kroc e os irmãos McDonald é uma peça fundamental que destaca os intricados meandros da estratégia de negociação. Neste momento crucial, a trama ganha profundidade enquanto Kroc, interpretado por Michael Keaton, busca persuadir os irmãos, magistralmente interpretados por Nick Offerman e John Carroll Lynch, a permitirem a expansão nacional da franquia McDonald’s.

A cena se inicia com uma atmosfera de tensão palpável, evidenciada pela postura cautelosa dos irmãos McDonald. Kroc, consciente da resistência inicial, começa destacando os pontos fortes do sistema de produção rápida dos irmãos. Utilizando dados e números, ele tece uma narrativa convincente sobre o potencial massivo de crescimento, apelando para a ambição dos irmãos em alcançar um sucesso nacional.

Kroc emprega uma estratégia de persuasão emocional ao contar histórias de empreendedores bem-sucedidos que alcançaram o estrelato ao seguir caminhos semelhantes. Ele busca estabelecer uma conexão emocional, apresentando a expansão como uma jornada heroica para os irmãos e para a marca McDonald’s. Esse apelo emocional é acentuado pela expressividade convincente de Michael Keaton, que incorpora a determinação e a paixão de Kroc.

A estratégia de Kroc também inclui promessas de comprometimento e lealdade à visão original dos irmãos McDonald. Ele se coloca como um parceiro confiável e interessado no sucesso mútuo. Além disso, utiliza táticas de negociação clássicas, como oferecer vantagens tangíveis, para convencer os irmãos a concordarem com a expansão proposta.

Os irmãos McDonald, por outro lado, mantêm uma resistência inicial, expressando preocupações legítimas sobre a manutenção da qualidade e dos princípios que fizeram seu restaurante ser bem-sucedido. Kroc, por sua vez, responde a cada objeção com habilidade, adaptando sua estratégia para superar as barreiras percebidas.

O uso habilidoso de pauses e silêncios estratégicos por parte de Kroc aumenta a intensidade da cena. Esses momentos de pausa dão aos irmãos espaço para reflexão, tornando a negociação mais cativante e imprevisível. O diálogo rápido e inteligente entre os personagens intensifica a dinâmica da cena, mantendo o público envolvido.

A negociação atinge seu ápice quando Kroc apresenta uma proposta concreta para a expansão, detalhando os benefícios tanto para os irmãos quanto para ele próprio. A tensão acumulada ao longo da cena finalmente encontra liberação quando os irmãos McDonald, apesar das reservas, concordam com a proposta, marcando um ponto de virada dramático na história.

A potência da consensualidade na cena não apenas contribui para o desenrolar da trama, mas também destaca a importância de construir relacionamentos comerciais sustentáveis e colaborativos. A busca por um consenso cria uma base sólida para a parceria e antecipa desafios éticos e morais que permeiam a narrativa do filme.

No desfecho da cena, o público é deixado com a sensação de que a negociação é apenas o começo de um caminho cheio de desafios e conflitos. A habilidade de Kroc para navegar nas águas turbulentas da negociação se torna uma parte crucial da narrativa mais ampla, preparando o terreno para os dilemas éticos e as disputas que surgirão posteriormente. A potência da consensualidade é evidente, pois Ray Kroc busca ativamente construir um consenso com os irmãos McDonald sobre a expansão da franquia. A consensualidade, nesse contexto, refere-se à busca por um acordo mútuo, onde ambas as partes se sintam satisfeitas e concordem com os termos da negociação.

Em última análise, a cena de negociação em “Fome de Poder” é um exemplo cativante de como a persuasão, a emoção e a estratégia podem convergir no mundo complexo dos negócios, destacando as nuances das relações comerciais e os dilemas morais que permeiam o crescimento corporativo.

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