Falar em público é uma competência essencial para qualquer pessoa, seja no âmbito pessoal – já que permite uma melhora na sua imagem pessoal, e por conseguinte ser mais socialmente aceito – ou no âmbito profissional, – posto que permite a melhora da imagem profissional –, inclusive em algumas profissões falar em público está essencialmente relacionado com o próprio exercício da função.
Mesmo em profissões ditas como mais técnicas, tem se exigido, cada vez mais, a competência da oratória.
Nesse sentido, “Hoje, qualquer que seja a atividade, é necessário que os indivíduos se relacionem, façam marketing pessoal, executem apresentações e participem de reuniões. A dinâmica do mercado atual imprime esta necessidade”. (CATHO, 2012)
Em relação a advocacia, há diversos ramos de atuação, alguns dependem mais, ou menos, da habilidade da fala. De todo modo, é uma importante habilidade a ser desenvolvida pelo profissional do direito.
Nesse sentido, o próprio Estatuto da OAB faz referência a algumas hipóteses em que o advogado pode se manifestar oralmente:
Art. 7º São direitos do advogado:
X – usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas;
XI – reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;
XII – falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo; (BRASIL, 1994)
Ainda, no exercício da profissão, em várias ocasiões o advogado terá que falar em público, como em reuniões com clientes, palestras e mesmo em audiências. Logo, deve se aproveitar dessas ocasiões para aprimorar a oratória e adquirir maior confiança.
Aproveite todas as oportunidades para falar dentro e fora dos tribunais. Tome a iniciativa de falar com os clientes do escritório, faça perguntas nas palestras a que assistir, aceite convites para expor trabalhos universitários, apresentar oradores, dar avisos, enfim, sempre que tiver chance de falar em público, mesmo que se sinta constrangido, vá em frente e fale. Você precisa de prática para ter segurança e combater o medo. (POLITO, 2008, p. 44)
Ademais, “a oratória é uma das características fundamentais para quem pretende seguir a carreira jurídica, sobretudo nas áreas de magistratura e promotoria. Um juiz e um promotor devem saber como se portar diante de sessões para que fiquem claras as suas colocações”. (CERS, 2018)
A oratória, portanto, se apresenta como ferramenta imprescindível no repertório de um jurista, notadamente pois a forma pela qual se expressa está fundamentalmente conectada aos resultados que obterá em sua profissão.
* Para os interessados na temática, o texto acima é um recorte do livro: Comunicação Assertiva: oratória e escutatória, disponível na Amazon, através desse link.
Referências
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BRASIL. Estatuto do Advogado e da OAB. 1994. Disponível em: link. Acesso em: 18 mar. 2022
CATHO. Saber falar em público é essencial. Catho. 2012. Disponível em: link. Acesso em: 22 dez. 2022.
CERS. A importância da oratória para Magistratura e Ministério Público. Jusbrasil. 2018. Disponível em: link. Acesso em: 28 abr. 2022.
POLITO, Reinaldo. Oratória para advogados e estudantes. São Paulo: Saraiva. 2008.