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Redação Não Tem Segredos, Escrever Se Torna Um Hábito

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Os seres vivos do reino animal desenvolveram a habilidade de se comunicar através da linguagem corporal, dos cheiros e da reprodução de sons. Além deles, os seres humanos possuem a capacidade de comunicação por meio da produção de textos devido à aptidão de concatenar as ideias, de desempenhar a pintura de símbolos com as mãos e de aprender a ler.

Para construir uma redação, é necessária uma ordenação lógica das ideias e da ordenação das palavras e frases. Estes mecanismos facilitam não só a construção do texto em si, mas também a leitura pelos interessados no tema. Em alguns casos, essas habilidades podem ser consideradas como dons inatos. Para outros, nem tanto. De uma maneira ou de outra, o principal método para começar ou aprimorar a escrita é através da repetição de alguns exercícios de treinamento.

Neste texto introdutório, indicaremos alguns exercícios metodológicos que podem auxiliar na construção da escrita. O primeiro deles é tornar a leitura um hábito. É verdade quando dizem que “quem lê mais, escreve melhor”. Isto porque a mente se habitua com as normas ortográficas do idioma, com a conexão entre os parágrafos (coesão), com a sequência lógica de ideias (coerência) e com a estética do texto. Além disso, o contato constante com a escrita em diários, blogs, redes sociais e outros meios de comunicação pessoais ou públicos podem ajudar a conhecer seu estilo de escrita, bem como torná-la mais fluida e prazerosa.23

Para ajudar na construção do texto em si, o primeiro passo é pensar no tema sobre o qual há um desejo ou necessidade de escrever, no principal recorte deste tema1 e qual o tipo de texto2 que se pretende elaborar. Após, recomenda-se a formulação de tópicos com os principais pontos que precisam ser desenvolvidos ao longo do texto. Esta técnica auxiliará o autor a seguir o raciocínio planejado inicialmente, realizando poucos ou nenhum desvio quanto aos principais aspectos a serem abordados. Além disso, ajuda a reunir bibliografias específicas sobre cada um dos subtemas.

Independentemente do tipo de texto, toda redação curta, média ou longa deve ser estruturada em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. A introdução se trata de uma contextualização social, política e econômica do tema a ser trabalhado, bem como de uma breve síntese do texto. Caso a redação seja acadêmica, é também o local onde são apresentados o objetivo geral, os objetivos específicos, o problema, a hipótese e a metodologia, nesta ordem. Tradicionalmente, no âmbito da pesquisa, a introdução costuma ser a última etapa do texto a ser concluída, uma vez que traz detalhes que auxiliaram não só no desenvolvimento do documento, mas também dos principais pontos que vão ser encontrados pelo leitor.

Por sua vez, o desenvolvimento é a parte onde serão apresentados e discutidos os objetivos do texto. A partir dele, é dado o encaminhamento para entender a finalidade do texto e o posicionamento do autor sobre o assunto. Caso se trate de um texto dissertativo-argumentativo, como é comum durante a academia, é o momento de desenvolver os argumentos e contra-argumentos com base em leituras realizadas previamente. Aqui, também é possível realizar uma conexão entre a parte teórica e prática da matéria, concatenando, por exemplo, doutrina e realidade social, política e econômica.

Por fim, a conclusão é o momento não só de arrematar,3 mas principalmente de finalizar a redação de uma maneira breve e sutil. Para tanto, o autor deverá apontar para os leitores os principais pontos discutidos durante todo o texto. Além disso, é o momento de trazer possíveis resultados e soluções acerca do assunto.

Desta maneira, é possível verificar que qualquer pessoa é capaz de produzir um bom texto acadêmico. Para que esta habilidade seja desenvolvida ou aprimorada, é necessária a construção de alguns hábitos. Além disso, é importante observar a estrutura de construção de textos, a fim de que seja possível redigi-lo com coesão e coerência.

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Márcia Carolina Santos Trivellato

Olívia Maria Silva Felício

 

Referências

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1. Dentro de um mesmo tema, existem infinitas possibilidades de recorte. Para que o texto seja mais específico, é necessário identificar abordagens as quais se deseja trabalhar, como recorte geográfico, temporal, étnico. Por exemplo, dentro do tema de refúgio é possível trabalhar com refugiadas mulheres, refugiados crianças, refugiados provenientes da Segunda Grande Guerra, refugiados no Brasil, dentre tantas outras vertentes.

2. Formal, informal, curto, longo, narrativo, dissertativo, argumentativo, poema, poesia, etc.

3. A palavra “arrematar” traz a ideia de pôr fim de maneira abrupta.

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